segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Homenagem aos 100 anos de Adoniran Barbosa

Arguto observador das atividades humanas, sabia também que o público não se contenta apenas com o drama das pessoas desvalidas e solitárias; é necessário que se dê a este público uma dose de humor, mesmo que amargo. Compôs para esse público sambas notáveis e foi um dos primeiros a trabalhar a nova estética do samba.

Entre a tentativa de carreira nas rádios paulistas e o primeiro sucesso, Adoniran trabalhou duro, casou-se duas vezes e frequentou, como boêmio, a noite. Nas idas e vindas de sua carreira teve de vencer várias dificuldades. O trabalho nas rádios brasileiras era pouco reconhecido e financeiramente instável, muitos passaram anos nos seus corredores e tiveram um fim de vida melancólico e miserável.

O primeiro casamento não durou um ano; o segundo, a vida toda. De grande importância na vida do sambista D. Matilde sabia com quem convivia e não só prestigiou sua carreira como o incentivou a ser como era, boêmio, incerto e em constante dificuldade.

Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando, e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedicou-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Gravou algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitem muita coisa – deu depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística.

Adoniran Barbosa morreu em 1982, aos 72 anos de idade, deixando para nós um documentário imperdível produzido pela TV Cultura, programa Ensaio, que você pode assistir agora clicando abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=D8ZBxlSFnjY&feature=related

Homenagem aos 100 anos de Tancredo Neves

Dr. Tancredo Neves nasceu em São João Del Rei, Minas Gerais, em 4 de março de 1910.

Brasileiros,

Esta memorável campanha confirmou a ilimitada fé que tenho em nosso povo. Nunca, em nossa História, tivemos tanta gente nas ruas, para reclamar a recuperação dos direitos da cidadania e manifestar seu apoio a um candidato.

Em todo o País foi o mesmo entusiasmo. De Rio Branco a Natal, de Belém a Porto Alegre, as multidões se reuniram, em paz, cantando, para dizer que era preciso mudar, que a Nação, cansada do arbítrio, não admitia mais as manobras que protelassem o retorno das liberdades democráticas.

Não vamos nos dispersar. Continuemos reunidos, como nas praças públicas, com a mesma emoção, a mesma dignidade e a mesma decisão.

Se todos quisermos dizia-nos, há quase duzentos anos, Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança, podemos fazer deste País uma grande Nação.

Vamos fazê-la.

Assista ao video do programa Conexão Roberto D'avila - TV Manchete.
Clique embaixo e relembre os melhores momentos da campanha presidencial que o elegeu em 1985. É para matar saudades e saudosos.
http://www.youtube.com/watch?v=wot1yz3E1hI

POR QUE CRESCE O GOVERNO?

INSTITUIÇÃO: FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - FGV
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - CIPAD-8
MATÉRIA: FORMULAÇÃO E ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS
PROFESSOR: JORGE VIANNA MONTEIRO
AUTOR: MARCUS AURELIUS ARAGÃO VERAS – Economista e Especialista em Políticas Públicas

POR QUE CRESCE O GOVERNO?
Os crescimentos econômico e social são fenômenos que dependem da atuação dos Governos nas escolhas das políticas públicas. As escolhas políticas nem sempre são aquelas mais adequadas ao favorecimento de um crescimento adequado e sustentável da economia nacional e do bem estar social, haja vista que resultam da atuação de grupos de interesse específicos, que quase sempre não refletem o interesse da coletividade. Há de se incrementar as escolhas políticas com fundamentos pautadas pela razão técnica; viabilidade social; e o real interesse da coletividade.
Nesse contexto, o fenômeno do crescimento, em uma esfera ideal, deve se dar em razão das articulações políticas do governo com grupos de interesses econômicos e sociais interrelacionando-os com os efetivos interesses coletivos, resultando em estudos técnicos de viabilidade das questões nacionais, com o objetivo precípuo de fomentar o crescimento econômico e social de forma sustentável e saudável, levando-se sempre em conta as premissas e os macros objetivos do Estado inseridos na Carta Magna.
Uma vez escolhidas as políticas que supostamente propiciarão o crescimento nacional, faz-se necessário que se tenha em mente, sendo este de fundamental importância, o acompanhamento, tanto no que diz respeito à fase de implementação das ações, quanto nos métodos de avaliação de seus resultados. O que deve ser realizado por métodos e técnicas científicas de evolução de crescimento para a assertiva dos objetivos, com indicadores estatísticos seguros referendados por ensinamentos já consagrados, acrescentando-se a importância do “accountability” neste processo; e não, como na maioria dos casos, de forma empírica e pontual, sem qualquer base científica de avaliação de resultados que abrangem todas as fases da Política se quer implementar.
É bem verdade que o Estado Brasileiro vem ao longo de décadas evoluindo, e mesmo utilizando-se de meios mais técnicos para as escolhas de políticas públicas. Entretanto, ainda é insipiente na aplicação de mecanismos de gestão e controle, principalmente no que se refere ao acompanhamento conjunto destas políticas e aferimento de resultados.
Na apresentação de resultados de crescimento, os governos lançam mão de índices macroeconômicos, como a variação do PIB para averiguação da variação dos agregados das atividades econômicas e índices sociais, tais com tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mundialmente aceitos na verificação da quantidade do Produto Interno Bruto e do desenvolvimento de sua população, porém, não se preocupando com a criação de índices estatísticos derivados que poderiam medir o impacto subjetivo gerado pelas políticas públicas em seu conjunto, no sentido de correlacioná-las umas com as outras, permitindo que avaliasse os impactos laterais produzidos pelas mesmas. Na realidade costuma-se avaliar, simplesmente, a questão objetiva, tais como o número de pessoas atingidas em relação às metas estipuladas; o custo/benefício produzido, variação do PIB, dentre outras.
Em outra lógica, poder-se-ia agregar índices de resultados subjetivos de impacto no conjunto das políticas públicas (Ex: índices de felicidade, de sucesso individual do indivíduo, de autoestima da população, dentre outros), no sentido de medir o reflexo secundário (ainda não mensuráveis) gerado em determinada política pública em razão a outras políticas correlatas em implementação.
Outro fator a se considerar, tanto na escolha quanto na implementação, é que, na maioria dos casos, há coincidência do período de implementação das políticas públicas com os mandatos dos que governam e as gerem; o que, estrategicamente, faz com que acabem não representando como políticas de Estado, e sim, de Governo, corroborando e fragilizando a obtenção de políticas públicas sustentáveis. Nesse íntere, faz-se necessário uma reforma estrutural de conceitos e, quem sabe, em nível de legislações mais modernas, que assegurem uma escolha de políticas com tempo de vida superior aos mandatos. A própria Constituição Federal de 1988, traz consigo a forma de planejamento estratégico nacional, quando insere a obrigatoriedade dos Governos encaminharem o Plano Plurianual (PPA), tentando influenciar no tempo de vida das políticas públicas. No entanto, isso não é suficiente para manter uma consciência sustentável quando da inclusão de uma política governamental duradoura.
Não se trata de uma simples modificação na legislação, mas sim, de uma mudança de consciência dos governantes sazonais no trato da “res” pública, não pode ser vista como o tempo de governo, pois como diz o ditado: “os homens passam, mais as instituições ficam”. Conclui-se que o governo cresce em razão das políticas por ele implementadas, representado por aquelas que atravessam o tempo de sua gestão.