terça-feira, 24 de novembro de 2009

Para discutir o Brasil de ontem e de hoje. Capítulo 2 - O período pré-colonial

A descoberta da América não despertou, inicialmente, interesse dentro do contexto comercial entre Europa e o Oriente. Não havia nenhum produto que pudesse atrair a política mercantilista portuguêsa. Observe que todos os recursos estavam sendo aplicados nas Índias Orientais.
Contudo, após alguns anos do descobrimento, a única forma de relação econômica entre a colônia e a metrópole era a extração do pau-brasil, que adquiriu valor comercial, utilizado como corante de tecidos e de papéis, assim, a metrópole reservou para sí a exclusividade da exploração do produto, inserindo-o no mesmo sistema colonial em vigor no Oriente, isto é, o estanco. A metrópole, portanto, poderia fazer concessões a particulares mediante pagamento de direitos, a exploração deveria ter custos muito baixos, em virtude disso, as feitorias, pontos fortificados do litoral, deveriam fazer a troca do árduo trabalho indígena por objetos sem valor. Portanto, a metrópole constituia uma empresa lucrativa em detrimento da própria colônia.
Importante ressaltar, que à medida em que os países europeus conseguiram superar a crise geral do feudalismo, o poder centralizado efetivou-se a procura por novos mercados, organizando as bases do captalismo comercial e do absolutismo. Dessa forma, Portugal e Espanha, que eram os pioneiros da expansão passaram a ser ameaçados pelo crescimento de outras potências.
De 1521 a 1557, no reinado de D. João III o comércio com as Índias Orientais atinge seu máximo crescimento. Assim toda arrecadação de impostos cobrados era consumida na constução de navios, pagamento de soldos às tripulações, construções de fortalezas, armamentos, penções e etc. Detalhe, a despesa superava a receita. Por outro lado, a contradição do sistema emergia, o Estado passou de incentivador para entrave da empresa mercantil indiana, visto que, a ação do mesmo impediu o pleno desenvolvimento da burguesia, que via nos limites impostos pelo mercantilismo o entrave para acumulação de capital, dessa forma, o sistema tornou-se antieconômico. Todo esse conjunto de condições desfavoráveis quanto ao Oriente, aliado aos avanços da centralização política aos sucessos na exploração de metais pela Espanha fez com que D. João iniciasse a obra colonizadora no Brasil à procura de novas fontes de renda.