Nunca mais bebi da fonte do velho Zaratustra, nem me embrenhei pelas veredas dos sentimentos primários da solidão O homem é antes de tudo um ser solitário. Vivemos à margem de nós mesmos, procuramos, em vão, o prazer a todo custo, ainda que sob a forma de comunhão, de fraternidade, de solidariedade, todavia, debalde.
Reconheço-me em cada linha, em cada palavra ou mensagem oculta no texto, me reencontro em cada caverna, em cada ser que traz em si o silêncio perecível da solidão absoluta do tempo, do cosmos, dos hormônios.
O sábio senhor soube se encontrar no vazio errático dos labirintos emocionais, pois ele se procurava o tempo todo, seja no seu delírio ou na sua solidão. Contudo, nunca praticou viés torpe à sua amoral, ao menos sem dar conta do desejo de fugir, ou para nenhum lugar, ou lugar algum. Assim falou-me o velho tragado pelas marcas do tempo, coroado pela exposição de seus pensamentos, e assim ele me disse: o tempo passa e o que não passa são as lições de outrora onde jamais estive presente.