Glauber Rocha alcançou a fórmula do folhetim revolucionário em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e no Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969). O desejo de popularização da sua arte o fez combinar cinema, política e mitologia popular. A história não é contada é cantada, como num cordel nordestino. Deus e o Diabo na Terra do Sol explode nas telas como um filme solar, parte da convulsão e violência da terra sertaneja para chegar a rebeldia em estado puro. Glauber parte do imaginário euclidiano de Os sertões até transformá-lo em duelo, dança, western politizado. No filme toda rebeldia, opressão ou fascismo será o embrião de uma ira revolucionária. A violência não é um simples sintoma, é um desejo de transformação, é “a mais nobre manifestação cultural da fome”.