A transição do trabalho indígena para o africano explica-se pelo tráfego negreiro. Elemento de acumulação de capitais da metrópole, o comércio de escravos para abastecimento da mão-de-obra da colônia, abriu um caminho rentável de alto valor comercial, com isso, torna-se claro que o tráfego negreiro explica a própria escravidão. Se não, observe que o índio permaneceu como mão-de-obra somente nas regiões de baixa rentabilidade econômica, como no extremo Norte por exemplo, onde uma economia instável baseada no extrativismo não permitia a implantação da colonização em toda sua amplitude. Todavia o negro foi a mão-de-obra básica nas regiões de alta rentabilidade econômica, como no litoral do Nordeste e em Minas. Portanto, a sociedade colonial nada tem a ver com a sociedade feudal, pois a estrutura feudal baseava-se na dominação jurídica do senhor sobre o servo, estando a camada dominante totalmente à margem do processo produtivo, por sua vez, os servos detinham a técnica, a matéria-prima e os instrumentos de trabalho. Por outro lado, a sociedade colonial fundamentava-se na escravidão, ao contrário do servo, o escravo era propriedade do senhor de engenho. Nesse sentido, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, chama atenção para o bifrontismo dos senhores de engenho, ou seja, tinham uma face voltada para a produção, com características senhorias e patriarcais; e outra, voltada para o mercado, ganhando contorno empresarial. Por ter escravos, a sociedade colonial era senhorial; por ser voltada para o mercado e depender dele, era capitalista.
As diferentes eras que a humanidade transcendeu valores foram acompanhadas por importantes fenômenos cósmicos. Assim, conforme a Lei de Thelema, associou-se cada Aeon, cada período, a uma divindade egípcia: o primeiro Aeon foi da deusa Ísis, que representou a dominação e o poder da maternidade, o segundo de Osíris, marcado pelo patriarcado, pelo sacrifício do homem, e o terceiro, o novo Aeon, que pertence ao deus Hórus, deus da sabedoria e da verdade. Esse tempo já começou.
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