A mim parece que o Livro da Gênesis (Bíblia) ainda não foi bem entendido por grande parte dos cristãos, uma vez que o livro em si apresenta várias contradições e simbolismos, se não, vejamos:
Em seu capítulo 1 (A criação) sabemos que Deus criou o céu, a terra e o Homem:
26. E disse Deus: FAÇAMOS o homem à NOSSA imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. 27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; HOMEM E A MULHER os criou. 28. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e MULTIPLICAI-VOS, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra."
(Gênesis 1: 26 a 28)
Enfim, em princípio o(s) Deus(es) criou(aram) o Homem a sua imagem e semelhança para desfrutar de um planeta rico, abundante e equilibrado. Ocorre que a partir do capítulo 2:5 o sistema começa a mudar, pra pior, pois não havia nenhuma árvore frutífera, porque o Senhor não havia feito chover, contudo, o mesmo Deus fez brotar toda a sorte de árvores e frutos para compor o jardim do Éden. No entanto, havia uma árvore da ciência do bem e do mal cujos frutos não poderiam ser consumidos.
Em Gênesis 2:18, Deus resolveu dar ao homem uma auxiliar e criou a mulher, que estavam nus, e ainda não se envergonhavam. No versículo 24, Deus disse assim: "Por isso o homem deixa o seu PAI e a sua MÃE para se unir a mulher."
A culpa original imputada pelos cristãos à astúcia da serpente não se sustenta a uma análise mais aprofundada (Gênesis 3: 2 a 7) se não, vejamos:
A culpa original imputada pelos cristãos à astúcia da serpente não se sustenta a uma análise mais aprofundada (Gênesis 3: 2 a 7) se não, vejamos:
2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3. mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não MORRAIS. 4. Então a "serpente" disse à mulher: CERTAMENTE NÃO MORREREIS! 5. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
(Gênesis 3: 2 a 5)
Ou seja, estando alertados pela víbora, foram informados que se comessem da árvore da ciência do bem e do mal não morreriam (sabemos que não morreram, Adão viveu, segundo a Bíblia 930 anos); teriam seus olhos abertos (espiritualmente) e se viram como Deus (imagem e semelhança). Ora, se não morreram, quem mentiu? Deus?
O próprio Senhor não conseguiu enxergar Adão e Eva, que se esconderam no jardim, junto com as suas vergonhas, e Deus não os encontravam! Pergunto novamente, onde está a onisciência e a onipresença de Deus que não encontrava os únicos moradores do Jardim do Éden? A propósito, em hebraico "jardim do Éden" quer dizer Gan Eden, ou seja, jardim murado, que se valeria a uma prisão, pois só foge quem está preso, quem está livre não!
O desdobramento disso todos conhecemos, está em Gênesis 3: 14 a 19. Só gostaria de reproduzir uma parte do texto:
19. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
(Gênesis 3: 19)
Este não é meu Deus, meu Senhor representa o amor e liberdade.
Escrevi tudo isso para contestar alguns dogmas, verdadeiros chavões interpretativos do Livro. Percebe-se no entanto que não foi um Deus que criou o HOMEM e a MULHER, em Gênesis 1: 26 a 28, resta claro que pelo uso do plural que foram Deuses, quais? Esses Deuses ainda recomendam, "multiplicai-vos!"
Também apreendemos que a partir do capítulo 2: 5 tudo mudou, o homem não era mais o parceiro da criação, tornou-se mero lavrador, verdadeiro cudador do jardim ou jardineiro. Não havia mais vegetação, animais e outras benesses da natureza. E quando a serpente os alertaram sobre as consequências da árvore da ciência, faz em boa hora, porque, afinal o Homem precisava se ver a imagem e semelhança dos Deuses que o fizeram, masculino e feminino.
Em verdade não fora o fruto da árvore da ciência que os fizeram humanos, mas o sexo que os tornaram partícula de Deus. O castigo, no entanto, resultado do ato sexual consumado e sagrado, não poderia ser mais cruel ao casal. Neste contexto de paraíso o Éden não tinha nada!
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