quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A serpente do paraíso

A mim parece que o Livro da Gênesis (Bíblia) ainda não foi bem entendido por grande parte dos cristãos, uma vez que o livro em si apresenta várias contradições e simbolismos, se não, vejamos: 
 
Em seu capítulo 1 (A criação) sabemos que Deus criou o céu, a terra e o Homem:
26. E disse Deus: FAÇAMOS o homem à NOSSA imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. 27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; HOMEM E A MULHER os criou. 28. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e MULTIPLICAI-VOS, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra."
(Gênesis 1: 26 a 28)
 
Enfim, em princípio o(s) Deus(es) criou(aram) o Homem a sua imagem e semelhança para desfrutar de um planeta rico, abundante e equilibrado. Ocorre que a partir do capítulo 2:5 o sistema começa a mudar, pra pior, pois não havia nenhuma árvore frutífera, porque o Senhor não havia feito chover, contudo, o mesmo Deus fez brotar toda a sorte de árvores e frutos para compor o jardim do Éden. No entanto, havia uma árvore da ciência do bem e do mal cujos frutos não poderiam ser consumidos.
 
Em Gênesis 2:18, Deus resolveu dar ao homem uma auxiliar e criou a mulher, que estavam nus, e ainda não se envergonhavam. No versículo 24, Deus disse assim: "Por isso o homem deixa o seu PAI e a sua MÃE para se unir a mulher."

A culpa original imputada pelos cristãos à astúcia da serpente não se sustenta a uma análise mais aprofundada (Gênesis 3: 2 a 7) se não, vejamos:
2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3. mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não MORRAIS. 4. Então a "serpente" disse à mulher: CERTAMENTE NÃO MORREREIS! 5. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
(Gênesis 3: 2 a 5)
 
Ou seja, estando alertados pela víbora, foram informados que se comessem da árvore da ciência do bem e do mal não morreriam (sabemos que não morreram, Adão viveu, segundo a Bíblia 930 anos); teriam seus olhos abertos (espiritualmente) e se viram como Deus (imagem e semelhança). Ora, se não morreram, quem mentiu? Deus?
 
O próprio Senhor não conseguiu enxergar Adão e Eva, que se esconderam no jardim, junto com as suas vergonhas, e Deus não os encontravam! Pergunto novamente, onde está a onisciência e a onipresença de Deus que não encontrava os únicos moradores do Jardim do Éden? A propósito, em hebraico "jardim do Éden" quer dizer Gan Eden, ou seja, jardim murado, que se valeria a uma prisão, pois só foge quem está preso, quem está livre não!
 
O desdobramento disso todos conhecemos, está em Gênesis 3: 14 a 19. Só gostaria de reproduzir uma parte do texto:
 19. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
(Gênesis 3: 19)
 
Este não é meu Deus, meu Senhor representa o amor e liberdade.
 
Escrevi tudo isso para contestar alguns dogmas, verdadeiros chavões interpretativos do Livro. Percebe-se no entanto que não foi um Deus que criou o HOMEM e a MULHER, em Gênesis 1: 26 a 28, resta claro que pelo uso do plural que foram Deuses, quais? Esses Deuses ainda recomendam, "multiplicai-vos!"
 
Também apreendemos que a partir do capítulo 2: 5 tudo mudou, o homem não era mais o parceiro da criação, tornou-se mero lavrador, verdadeiro cudador do jardim ou jardineiro. Não havia mais vegetação, animais e outras benesses da natureza. E quando a serpente os alertaram sobre as consequências da árvore da ciência, faz em boa hora, porque, afinal o Homem precisava se ver a imagem e semelhança dos Deuses que o fizeram, masculino e feminino.
 
Em verdade não fora o fruto da árvore da ciência que os fizeram humanos, mas o sexo que os tornaram partícula de Deus. O castigo, no entanto, resultado do ato sexual consumado e sagrado, não poderia ser mais cruel ao casal. Neste contexto de paraíso o Éden não tinha nada!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

O Grande Arcano.

"A sabedoria equilibrada consiste em saber a verdade, querer o bem, amar o belo e fazer o que é justo.  Porque a verdade, o bem, o belo e o justo são inseparáveis de tal forma que aquele que sabe a verdade não pode deixar de querer o bem, amá-lo porque é belo e fazê-lo porque é justo".
Levi, Eliphas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

As tentações do Cristo no deserto


Jesus precisou mais do que palavras pra validar seu Verbo. Precisou de atitudes, provas contundentes de sua força para que a humanidade acreditasse no Messias.
 
"Levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo" (Lucas 4:1-2). 

Quando Jesus foi ao deserto enfrentar as tentações do(s) demônio(s) não quis outra coisa, apenas se convencer da sua missão.
 
Lendo a passagem lembrei-me de Raul quando da frase: "... Eu quero é ter tentação no caminho, pois o homem é o exercício que faz. Esta frase me "revelou" na obscura letra da canção (Eu sou egoísta) o que já sabia, o homem precisa ser tentado, provocado, precisa sair da zona de conforto para entender o mundo, pra conhecer o bem e assumir o mal, que existe inerente aos humanos, aos deuses e aos demônios.  

 "Faz o que tu queres, há de ser o todo da Lei. Essa é a Lei do forte, a Lei de Thelema e alegria do mundo."

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A nova diáspora da humanidade

O crepúsculo de uma era é o início de um novo tempo, a aurora renovadora do novo Aeon vai guiar os passos da humanidade, que se perdeu no labirinto dos pensamentos maculados pelo pecado original, pelo medo.

Caim, o anti-herói, herdeiro da maldição dos homens de bem, foi condenado no tribunal da sua consciência ao eterno exílio. Louco por liberdade, entregou-se a sua maldição.
 

Precisamos reencontrar nosso lugar, nosso caminho, nossa gente. Pulsa no ventre da mãe natureza o embrião da renovação de valores, de conceitos, precisamos nos salvar, antes que seja tarde, até que finalmente o homem de pedra dê lugar ao homem integral.

A origem do mal, o injusto

Hoje me lembrei que Platão na sua grande obra do séc. IV a.C., "A República", reproduziu em poucas linhas o debate entre Glauco, Sócrates e Admanto. Baseado na tese de Trasímaco, alegava o filósofo, que os homens não louvaram tanto a justiça em sí, mas a reputação que se pode adiquirir com a mesma.
 
Nesse contexto, melhor seria ser injusto, adquirindo forma de justo. Mais adiante, Glauco também sustentou que o grande desejo do homem é cometer injustiças sem sofrer punições por tal ato e mais, aquele que não comete, age assim por medo das punições que pode viar a sofrer.

Nada mais atual, exatamente o que estamos testemunhando na nossa jovem República, os senhores da política reproduzem os diálogos dos filósofos gregos.

Existe o mal?

"O ódio não é o real é ausência do amor", já dizia o profeta, ou seja, o que não é amor é vácuo. O universo é um vácuo profundo de eventos regulares e caos permanente, nós não, nós somos irregulares, frágeis e sabotadores, pois o mal não existiria se não fosse o próprio homem.

A Lenda do deus Horus e o Livro de Thoth

Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Set, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito. Após derrotar Set, tornou-se o rei dos vivos no Egito. Perdeu um olho lutando com Set, que foi substituído por um amuleto de serpente, (que os faraós passaram a usar na frente das coroas), o olho de Hórus, (anteriormente chamado de Olho de Rá), que simbolizava o poder real e foi um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas. Depois da recuperação,Hórus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Set. O olho que Hórus feriu (o olho esquerdo) é o olho da Lua, o outro é o olho do Sol. Esta é uma explicação dos egípcios para as fases da lua, que seria o olho ferido de Hórus.



Hórus era o intermediário entre os seres humanos e os poderes divinos, mantendo assim, a ordem cósmica. Hórus velava pela estrita execução dos rituais e das leis. Mas suas funções não se limitavam ao mundo dos vivos. Por ser o filho e herdeiro de Osíris na Terra, ele também assegurava a manutenção do túmulo, assim como as oferendas funerárias. Hórus efetuava invocações, realizava rituais e depositava oferendas no túmulo. Frequentemente Hórus conduzia o morto à presença de Osíris. Segundo o “Livro dos Mortos”, ele era o mediador entre o morto e Osíris durante o “julgamento de Osíris”.




Thoth foi uma das principais divindades egípcias, considerado o deus da sabedoria, da magia, da escrita e do tempo. Sua representação mais conhecida é a de um homem com a cabeça de uma íbis (a ave de bico longo), segurando em uma das mãos uma pena para escrever e na outra uma paleta de escriba. O deus Thoth foi o criador dos hieróglifos e da linguagem, e era tido como protetor dos escribas, dos médicos e dos sacerdotes. Thoth, desejando transmitir seus conhecimentos para a posteridade, teria registrado toda sua sagrada sabedoria em 78 lâminas (cartas). Estas lâminas continham figuras das demais divindades do Egito e símbolos astrológicos e ocultistas, e quando juntas formavam o Livro de Thoth, que seria nada mais nada menos que o Tarot Egípcio.