quinta-feira, 30 de junho de 2011

Darcy Brasileiro Ribeiro

Notabilizou-se fundamentalmente por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia tendo sido, ao lado do amigo a quem admirava Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília, elaborada no início dos anos sessenta, ficando também na história desta instituição por ter sido seu primeiro reitor. Também foi o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Publicou vários livros, vários deles sobre os povos indígenas.

Brasília - Congresso Nacional



Pra que cachorro?

Vai encarar o pet africano?

Família Neves de São João Del Rei / Tiradentes

Mamãe e Tio Paulinho (meu padrinho)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Professor dos professores

Ao amigo Dr. José Roberto Afonso

Ao mestre com carinho

Dr. Mozart Viana foi Secretário-Geral da Mesa da Cãmara dos Deputados
Hoje é Chefe de Gabinete do Senador Aécio Neves

segunda-feira, 27 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A ópera do malandro - Chico Buarque


Ópera do Malandro é um disco do músico brasileiro Chico Buarque. Foi lançado no ano de 1979.

O disco traz músicas do musical de mesmo nome, feito por Chico Buarque, baseado na Ópera dos Mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O musical estreou no Rio de Janeiro, em julho de 1978 e foi recriado em São Paulo, em outubro de 1979, ambos sob a direção de Luiz Antônio Martinês Corrêa.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Assim falou-me Zaratrusta

Fecho os olhos e me lembro de quando li pela primeira vez: Assim falou Zaratustra. Li em voz alta, sozinho, no meu quarto. Eram momentos preciosos de terna paz e reflexão. Até hoje não me esqueço do cheiro de jasmim que a brisa da tarde trazia, nem dos sentidos entorpecidos pelas vertigens transcendentais dos pensamentos tortuosos de Nietzsche.

Nunca mais bebi da fonte do velho Zaratustra, nem me embrenhei pelas veredas dos sentimentos primários da solidão O homem é antes de tudo um ser solitário. Vivemos à margem de nós mesmos, procuramos, em vão, o prazer a todo custo, ainda que sob a forma de comunhão, de fraternidade, de solidariedade, todavia, debalde.

Reconheço-me em cada linha, em cada palavra ou mensagem oculta no texto, me reencontro em cada caverna, em cada ser que traz em si o silêncio perecível da solidão absoluta do tempo, do cosmos, dos hormônios.

O sábio senhor soube se encontrar no vazio errático dos labirintos emocionais, pois ele se procurava o tempo todo, seja no seu delírio ou na sua solidão. Contudo, nunca praticou viés torpe à sua amoral, ao menos sem dar conta do desejo de fugir, ou para nenhum lugar, ou lugar algum. Assim falou-me o velho tragado pelas marcas do tempo, coroado pela exposição de seus pensamentos, e assim ele me disse: o tempo passa e o que não passa são as lições de outrora onde jamais estive presente.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Woody Allen

O primeiro filme premiado de Woody Allen foi Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (título original: Annie Hall), que recebeu quatro Oscars (três para Allen, de melhor filme, roteiro e direção, e um para Diane Keaton, de melhor atriz).

Apesar de não ter comparecido em nenhuma das cerimônias em que estava concorrendo, Woody conquistou outro prêmio de melhor roteiro original, por Hannah e suas Irmãs (em Portugal: Ana e as Suas Irmãs), e recebeu outras 18 indicações em diversas categorias. Em 2002, no Oscar seguinte aos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, Allen finalmente compareceu à cerimônia para fazer uma homenagem à cidade de Nova York.

Nova York é o cenário de praticamente todos os seus filmes e lá é rodado outro clássico do cineasta, Manhattan, que recebeu diversos prêmios e conta com as presenças de Meryl Streep e, novamente, Diane Keaton, com quem teve um relacionamento.

Allen também é conhecido por lançar atrizes. Seu último lançamento de destaque foi Mira Sorvino, que conquistou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel dado a ela por Allen em Poderosa Afrodite

Dirigindo, escrevendo e atuando a maioria de seus filmes, Woody Allen encarna, na maioria das vezes, um judeu nova-iorquino neurótico e fracassado. Com alguns filmes otimistas e outros nem tanto, o cineasta consegue repetir os temas sem parecer repetitivo. Nesta linha, dirigiu filmes como: Sonhos Eróticos Numa Noite de Verão (em Portugal: Uma Comédia Sexual numa Noite de Verão), Crimes e Pecados (Crimes e Escapadelas), Um Misterioso Assassinato em Manhattan (O Misterioso Assassínio em Manhattan), Todos Dizem Eu te Amo (Toda a Gente Diz que te Amo), Desconstruindo Harry (As Faces de Harry"), "Tiros na Broadway (Balas sobre a Broadway), A Rosa Púrpura do Cairo, além dos já supracitados.

Em 2000, iniciou um contrato com a DreamWorks que correspondeu com o que a crítica julgou ser sua pior fase. Apesar de realizar os divertidos Trapaceiros (em Portugal: Vigaristas de Bairro), O Escorpião de Jade (A Maldição do Escorpião de Jade), Dirigindo no Escuro (título original e em Portugal: Hollywood Ending) e Igual a Tudo na Vida (A Vida e Tudo o Mais") nessa fase, Allen nunca chegou a ser brilhante.

Depois do fim de seu contrato com a empresa de Steven Spielberg, Allen decidiu reatar o namoro com o drama. Primeiro veio a aproximação com o gênero, com o Melinda e Melinda, seguido de Match Point, que foi o primeiro drama do cineasta em 16 anos, que arrebatou muitos elogios da crítica. O longa recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, inclusive para Melhor Filme – Drama, e uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Match Point marca ainda por ser o primeiro filme de Allen passado em Londres e também o primeiro com a atriz Scarlett Johansson. O diretor retornou à comédia em seu projeto seguinte, Scoop, também com Scarlett.

Em 2008 lançou o filme Cassandra's Dream (O Sonho de Cassandra), um filme sobre dois irmãos com problemas de dinheiro que são contratados pelo seu tio milionário para assassinarem um inimigo dele. Foi um filme muito mal recebido pela crítica e considerado dos piores de Woody Allen. O realizador não atua neste filme.

Em 2008 realizou o filme Vicky Cristina Barcelona, também com Scarlett Johansson.

Além de comediante, diretor, roteirista e ator de cinema, Woody Allen toca clarinete semanalmente num bar de Nova York. Sua ligação com a música, principalmente com o Jazz, pode ser conferida em todos os seus filmes, dos quais é responsável também pela escolha da trilha sonora. Em 2002 participou, pela primeira vez, do Festival de Cannes, onde ganhou uma Palma de Ouro pelo conjunto de sua obra.

Woody Allen se descreve da seguinte maneira "As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou um intelectual (porque uso óculos) e que sou um artista (porque meus filmes sempre perdem dinheiro)".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Woody_Allen

O genial Henry Mancini

Nascido numa família ítalo-americana, Mancini nasceu em Cleveland, no Estado de Ohio e cresceu em West Aliquippa, na Pensilvânia. O pai de Henry era um exímio flautista, e o filho rapidamente começou a tocar flauta e piano. Henry Mancini começou a estudar Arranjo e Composição na famosa Juilliard School of Music, em Nova York (em 1942), e mais tarde fez especialização em Música para o Cinema com mestres do porte do compositor italiano Mario Castelnuovo-Tedesco.

Apesar de ter sido colocado no Exército durante a Segunda Guerra Mundial, Mancini conseguiu trocar da infantaria para a banda, tornando-se o arranjador e pianista da Orquestra de Glenn Miller. Mais tarde, Mancini foi contratado por Tex Beneke, um saxofonista de Glenn Miller que anos depois da II Guerra Mundial, com o misterioso desaparecimento de Miller num ataque aos aviões das tropas aliadas no Canal da Mancha, praticamente continuou o legado do grande band leader, tornando-se então o líder da nova formação da The Glenn Miller Orchestra, em 1946.

Mancini conheceu sua futura esposa, Ginny O'Connor, numa audição para a banda de Tex Beneke, onde ele era o pianista, em Los Angeles. Com Ginny O'Connor, Mancini teve três filhos: Christopher e as gêmeas Felice e Monica.

Houve o período em que Mancini tocava à noite, em Los Angeles, antes de ser contratado por algum estúdio cinematográfico. Começou a compor para o Cinema, quando entrou para a Universal City Studios, na década de 50, em que arranjou e regeu música para filmes como "Creature from the Black Lagoon", e "The Glenn Miller Story" (mais conhecido no Brasil como "Música e Lágrimas"), que valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Trilha Sonora para Mancini e os músicos comandados por Joe Gershenson, na Universal, em 1954.

Com uma vida praticamente toda dedicada à arte, à divulgação e ao ensino do melhor da Música popular, Henry Mancini morreu aos setenta anos de câncer no pâncreas, em Beverly Hills, Los Angeles, na Califórnia, em junho de 1994.

O Henry Mancini Institute foi fundado em 1996, na Califórnia, dois anos depois de sua morte, para a manutenção do ensino da Música, com o qual o maestro e compositor sempre foi identificado, porém fechou as portas em 2000, por impossibilidade de continuar seus trabalhos.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Mancini

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Meu Primo Carlo Felipe

Casablanca

A cidade de Casablanca, então localizada no Marrocos governado pela França de Vichy, era o penúltimo ponto na rota à América. Os refugiados que ali residiam necessitavam de um visto (Letter of transit) para Portugal, e apenas em Lisboa embarcariam em um navio para o Novo Mundo. E um dos locais de encontro era o bar Rick´s. Seu dono, Rick Blaine, é um homem que tenta não se envolver com a política, pois seu estabelecimento é frequentado por todos os tipos de clientes, como nazistas, aliados e ladrões, entre outros. Rick também é amigo do corrupto Capitão Renault.

Um dia um major alemão vai a Casablanca em busca de um ladrão que havia roubado duas letter of transit. O casal que necessitava destes documentos para sua fuga à América era Ilsa Lund e Victor Lazlo, importante líder da resistência tcheca.

Rick e Ilsa se encontram e relembram o passado que tiveram juntos. Na tela, a música imortal deste relacionamento (As time goes by) é interpretada por Sam.

The Shining

The Shining (O Iluminado, no Brasil) é um filme americano de 1980, baseado no livro homônimo de Stephen King. O filme foi dirigido por Stanley Kubrick e estrelado por Jack Nicholson.

É tido por muitos como o segundo melhor filme de Kubrick, e junto com 2001: A Space Odissey (br: 2001: Uma Odisséia no Espaço) e A Clockwork Orange (br: Laranja Mecânica), um dos mais populares.

Passa-se no contexto de uma família isolada em um hotel, do qual tomam conta, cujo pai, escritor, sofre da antes introduzida Síndrome da Cabana, que ocorre quando pessoas vivendo muito tempo enclausuradas se rebelam umas contra outras.

O filho do casal tem uma "iluminação" que o torna capaz de prever e rever acontecimentos e é provido de uma inteligência incomum para sua idade.

O filme aborda assuntos como reencarnação, predestinação e previsão do futuro, obra que caracteriza otimamente a criatividade do seu diretor, refletida em cenas mundialmente conhecidas, mesmo sem saber se referentes ao filme.

A cena em que aparecem as irmãs (8 e 10 anos) assassinadas foi considerada uma das cenas mais aterrorizantes da história do cinema. Jack Nicholson afirmou que nunca mais conseguiu livrar-se dos trejeitos do personagem.

The Lost Weekend

Farrapo Humano (en: The Lost Weekend) é um filme estadunidense de 1945, do gênero drama, dirigido por Billy Wilder.

O filme retrata o alcoolismo de forma realista, numa excelente interpretação de Ray Milland como o sujeito que tem crise de abstinência ao se ver privado de beber durante um final de semana, daí a razão do título em inglês: "o fim de semana perdido". As cenas em que o personagem principal tem as crises de delírio são impressionantes. Apesar de filmado em 1945, o filme e seu conteúdo continuam atuais.

Mentoria: uma breve abordagem sobre o tema

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – CIPAD 8
DISCIPLINA: COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
PROFESSORA: MARIA EUGÊNIA BELCZAK COSTA

Mentoria: uma breve abordagem sobre o tema

Demetrius Cruz e Fernando Banhos

Brasília, 30 de maio de 2011

Introdução

O desafio deste trabalho é abordar, de forma sucinta e objetiva, o tema da mentoria, uma ação revestida de sutilezas e portadora de complexidades muitas vezes inacessíveis a um olhar superficial. A base para a abordagem será a obra de Sylvia Constant Vergara intitulada Gestão de Pessoas .

O trabalho, portanto, acompanhará a organização feita pela autora, sub-dividindo o tratamento (i) na conceituação e na diferenciação do tema; (ii) nos tipos de mentoria; (iii) nas condições para seu exercício; e (iv) nas contribuições para um bom desempenho do mentor.

1. O que é Mentoria e em que ela se difere de outros papéis sociais

O termo mentoria remonta à Grécia antiga, onde significava aquele responsável pelo desenvolvimento físico, social, intelectual e espiritual dos jovens. Mentor é aquele que auxilia alguém a aprender alguma coisa, que, do contrário, sozinho não poderia ou, pelo menos, teria muita dificuldade em aprender. Mentoria é, portanto, a ação de influenciar, aconselhar, ouvir, ajudar e a fazer escolhas.

Sócrates, filósofo grego do século V a. C., praticava, de fato, o ofício da educação fazendo aflorar as potencialidades do educando através da reflexão e da concatenação de idéias. Sócrates influenciou Platão, que influenciou Aristóteles, que influenciou todo o mundo ocidental.

Ainda que se reporte à velha tradição, a literatura em administração iniciou a popularização do tema na década de 1970 com artigos que a apontavam a mentoria como um modo de desenvolver líderes e aumentar as performances das pessoas. O termo Mentoria, não obstante, aparece confundido com outros, tais como: instrutor, professor, tutor, guru. Existem diferenças conceituais entre os temas. Por exemplo: a ação de um instrutor é diferente da ação de alguém que busca o desenvolvimento intelectual de outrem. Instruir é treinar, adestrar, ensinar. Da mesma forma, mentoria difere-se da tutoria (a responsabilização pelo aprendizado do educando) ou do papel do guru (a quem as pessoas seguem incondicionalmente). Mentoria está ligada ao desenvolvimento e desenvolver é educar. Para tanto, o professor deveria ser um educador; contudo, a prática diverge da teoria, pois o desenvolvimento integral pressupõe a atualização do potencial de todas as dimensões humanas: física, emocional, intelectual, espiritual.

2. Tipos de Mentoria

Podemos distinguir dois tipos de mentoria:

a) Mentoria Natural: é aquela que ocorre naturalmente, informalmente, sem planejamento, está associada à idéia de alguém mais velho, que, exercendo influência sobre o mentorado, ajuda-o a alcançar seus objetivos. Não há uma direção organizacional específica, nem produtos previamente definidos, que termina quando o mentorado sente-se em condições de “voar” sozinho. Mentores naturais podem estar no interior de uma empresa ou fora dela. Na empresa, geralmente é um profissional sênior, fora dela, pode ser qualquer pessoa. Mentor natural é, portanto, aquele com o qual se estabelece parceria, cumplicidade, confiança e responsabilidade mútuas pelo aprendizado, ou seja, mentoria natural é uma disponibilidade espiritual e psicológica.

b) Mentoria Intencional: refere-se ao propósito organizacional de provocar mudanças em seu pessoal. A empresa investe na formação de pessoal capaz de amparar aos demais a melhorarem seu desempenho profissional e desenvolverem-se em suas carreiras. A empresa, portanto, investe no desenvolvimento físico, emocional, intelectual e espiritual das pessoas. Mentoria intencional é o mesmo que coaching, que significa conduzir charretes, termo usado por estudantes universitários como gíria de mentor. Mentorar também é conduzir, não charretes, mas estudantes, para o seu desenvolvimento.

Todavia, coach distingue-se do mentor natural por haver uma intenção associada às expectativas das empresas. O coaching está vinculado ao conceito de “dar poder” para alguém que transforme idéias em ações que tragam resultados desejáveis para as empresas. Do ponto de vista da empresa, ambos os tipos podem estar presentes. Ao mentor natural pode-se espontaneamente procurar alguém de fora ou de dentro da empresa, a relação é mais aberta, de efeitos mediatos. Quanto ao mentor intencional (ou coach), em geral é o gerente imediato.

3. Condições para o exercício da mentoria

Há, com efeito, condições para que a mentoria possa ser exercida nas organizações. Tais condições, por sua vez, são de duas naturezas: as de ordem organizacional e as de ordem individual. Cada uma será, em seguida, abordada individualmente.

3.1. Condições de ordem organizacional

Antecipa-se que, para o exercício da mentoria em uma empresa, é indispensável que ela não seja guiada por uma visão mecanicista, incluída aqui a organização que apresenta somente um discurso sistêmico, não uma prática com ele condizente. De outra forma, pode-se afirmar que é condição para o exercício da mentoria a prevalência de uma visão apoiada na teoria da complexidade.

Para tornar a assertiva compreensível, torna-se necessária uma breve abordagem sobre os tipos de visão que conduzem a experiência empresarial.

A visão mecanicista surgiu no século XVI e afirmou-se no século XVII e XVIII. René Descartes, Francis Bacon e Isaac Newton deram-lhe suporte teórico. Uma teoria que percebe o mundo qual uma grande máquina.

No início do século XX, Taylor e Fayol notabilizaram-se por trazer à administração o que denominaram por administração científica, ensejada na visão mecanicista do mundo. Os adeptos da teoria clássica crêem que empresas, órgãos públicos e outros tipos funcionam como máquinas (partes azeitadas, cada qual com sua função). No setor público, por exemplo, é comum ouvir referências à “máquina burocrática”, na qual se caracterizam a rígida hierarquia, a especialização compartilhada e o controle centralizado sobre pessoas, mais do que sobre resultados.

A teoria clássica considera que numa empresa existem seres pensantes, que são os capazes de definir filosofias, políticas, estratégias e modos de operar o negócio, e seres não pensantes, que são as pessoas aptas a executar e obedecer.

A visão sistêmica, em oposição, percebe o mundo como um sistema: uma totalidade cujas partes são correlacionadas, articuladas, interdependentes. O foco privilegia as interações. Tal visão, filha do século XX, cujo pioneirismo pode ser guardado ao bioquímico Lawrence Henderson, permite a compreensão sistêmica da empresa, colocando ela própria e suas partes em seu contexto, estabelecendo relações. Nesse sentido, impõem-se a acentuação do aspecto processual (os fluxos) e a preponderância da visão holística, da visão de totalidade.

Ressalte-se, no entanto, que há ainda hoje uma prevalência de práticas mecanicistas nas empresas, a despeito de um discurso sistêmico. Tal deve-se à razão de que os modelos mentais vigentes são ainda prioritariamente mecanicistas.

A visão da complexidade surge na segunda metade do século XX para dar conta de uma ambiente marcado pelas mudanças profundas e velozes, pela instabilidade do cenário e pela imprevisibilidade dos acontecimentos.

Se a visão mecanicista implica a estabilidade e a rigidez, a visão da complexidade pressupõe a incerteza, os paradoxos. Sua metáfora é a própria vida, com suas ordens, desordens, fluxos e refluxos. Surge a ideia de rede, de tecido, de trama, de teias.

Partindo da observação de que o controle total é impraticável, a racionalidade é limitada, o ambiente é complexo e diversas variáveis entrecruzam-se, a visão da complexidade desenha sistemas adaptativos, capazes de aprender, auto-regulando-se.

É neste cenário, aberto a mudanças e imprevisibilidades, que o exercício da mentoria torna-se possível.

3.2. Condições de ordem individual

As condições de ordem individual referem-se à necessidade do conhecimento da história de vida (i) da empresa, (ii) do mentor e (iii) do mentorado.

É necessário o conhecimento da história da empresa uma vez que ela é o contexto no qual ocorrem as relações entre mentor e mentorado. É fundamental conhecer os propósitos da empresa, seu ambiente, sua filosofia, sua organização de trabalho, a relação entre o discurso de seus dirigentes e suas ações.

Quanto a mentor e mentorado, é vital conhecer sua "bagagem", ou seja, suas possibilidades, seus limites, seus preconceitos, seus estereótipos, sua visão de mundo e sua mútua disponibilidade psicológica para a aprendizagem.

Conclusão

Propõem-se, à guisa de conclusão, uma vez que a mentoria é uma ação sutil, complexa, em cuja natureza reside o exercício efetivo da bondade, da cooperação, da agregação, do reconhecimento, da disponibilidade, da honestidade e do compromisso com o mútuo desenvolvimento, algumas orientações para alguém que pretenda enfrentar o desafio de tornar-se um mentor.

As orientações, sob a forma de dicas, são estas: (i) colocar o mentorado à vontade, o que implica atitudes acolhedoras e coerência entre a linguagem verbal e a corporal; (ii) aceitar o outro como ele é, abolindo uma postura autoritária e percebendo a singularidade de cada um; (iii) inspirar confiança, garantindo - por exemplo - a confidencialidade dos assuntos tratados; (iv) ouvir, dar atenção sincera; (v) falar e calar, mantendo a calma e o distanciamento necessário para a boa avaliação; (vi) exercitar a paráfrase, tomando sempre como base o discurso do outro; (vii) provocar simulações que permitam uma melhor leitura do ambiente; (viii) usar linguagem adequada, verificando o universo de conhecimento do mentorado; (ix) manter o foco da conversa, evitando a dispersão de energia; (x) dar retornos, realimentando conclusões; (xi) dar dicas, como uma forma de direcionamento produtivo; (xi) usar dinâmicas grupais, sorvendo - sob boa condução - a força da experiência coletiva; (xiii) administrar bem o tempo, com sabedoria e flexibilidade nos momentos necessários; (xiv) controlar a si mesmo, mantendo a calma em situações difíceis; (xv) ter alto astral, entusiasmo; e (xvi) refletir sobre seu próprio desempenho, ajudando a si mesmo e percebendo a dimensão de aprendizado do próprio mentor na relação com o mentorado.